quinta-feira, 15 de julho de 2010

Crises..

Era tão simples como amar
Tão intenso como o tédio
Tão envolvente como a partitura
Da música que tocará em nossos funerais

Era tão simples como amar
Tão intenso como o tédio
E sabíamos que quando a complexidade chegasse
Nos deixaria muito loucos, tornando a idiotice
Um caminho muito sólido.

Mas de que importa o mundo
Quando encontramos alguém?
De que importa que música tocará no funeral
Ou de quem vai se lembrar de nós?

Não queremos nome, nem mesmo reconhecimento
Queremos aquele segundo
com aquela pessoa
naquele lugar
Onde parece que alguém clicou "pause"
E aquele segundo se tornou eterno
Plano de fundo da nossa imaginação

Era tão simples como a dor
Tão intenso como a vida
Era tão bom não precisar de nada
Era tão bom não querer mais nada também..

Ai eu ria muito
Pensando em quanto o ser humano
se tornou dependente
de uma sociedade saudável
Que fale que sua doença
É sinal de saúde..

Quem saiba o humano esteja
Só procurando o que já sentiu
Só atrás do que já gostou
Só atrás de quem já amou...

Não sabia quem era
E não era quem eu sabia ser
E percebi que não me importava
Com que musica iria tocar no meu funeral
Ou se alguém se lembraria de mim

Era tão complexo quanto amar
Tão lento quanto o tédio
Era a verdade do "eu te amo"
Que havia nos achado
E achávamos que éramos tão fortes...

E juntos nós compúnhamos a música
De nossos funerais
E sabíamos
Que ninguém lembraria de nós
Somente nós mesmos...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Milhões

É, poeta, então você quer escrever, não é?
Então, você decidiu que as palavras vão ser-te
Você vai ser-te em mil, mil palavras
Que valem mais que um milhão de imagens

É, poeta, então você quer escrever, não é?
Então, você vai brincar de subjetividade
E vai falar mil, mil mentiras bonitas
Que valem mais que um milhão de verdades

É, poeta, então você quer escrever, não é?
Então, você cansou de esconder seus pensamentos
Que são muitos, mil, mil deles
Que valem mais que um milhão de sonhos

É, poeta, então você quer escrever, não é?
Então, você sente, você ama, você é normal
E você sente mil, mil sentimentos profundos
Que valem mais do que um milhão de fatos

domingo, 11 de julho de 2010

Gênesis

Tudo começa com um simples toque
Um simples estalo de dedos...
As vezes pode ser algo mudo...
As vezes pode ser ensurdecedor..

Toda a vida começa
Com uma simples fusão de gametas
Pode dar certo, fazer nascer um genio
Pode ser deficiente..fazer nem chegar a nascer..

Mas sabemos que há um pequeno início
Nas coisas mais simples..
Nas coisas mais complexas..

Os pobres homens (tadinhos deles)
Lutam, brigam e discutem
Pra mostrar que estão certos...
Sobre o começo do mundo e do universo

Não me importo mais com isso, devo dizer
Só penso de onde surgiu essa poesia..
Foi de algo simples como a gênese de uma flor no campo
Como o começo de um novo dia?

Foi tão complexo quanto o universo?
Foi mais uma sinapse cerebral por elementos químicos ?
Sei não viu...

Soh sei que esse negócio de escrever
Viver a palavra
Me mata..e vicia...

Vou escrevendo e vendo o que acontece
Vendo o começo de cada poema...
Cada nascimento de uma loucura..
Nascendo na minha mente já doente
Por tantas coisas novas..
E o mundo se renova

Enquanto eu envelheço
Na minha própria gênese.